Maia quer priorizar reforma tributária e pede colaboração do setor privado para retomada econômica

Em live com empresários, o presidente da Câmara afirmou que o sistema tributário atual prejudica mais os trabalhadores que a elite e destacou que a economia brasileira precisa facilitar a concorrência

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a prioridade neste momento na Casa é a votação da reforma tributária e cobrou que o setor privado dê sua contribuição para a retomada da economia. Ele também defendeu a reforma administrativa como instrumento para melhorar a qualidade do gasto público brasileiro, mas disse que a tramitação da proposta deve atrasar em razão de o Executivo adiar o envio da matéria para o ano que vem. Rodrigo Maia participou de uma live promovida pela Conexão Empresarial nesta terça-feira (16).

“Simplificação e segurança jurídica são importantes. Vamos ter uma longa agenda do segundo semestre para encontrar os caminhos ao desenvolvimento econômico sustentável de médio e longo prazos”, declarou o presidente.

“Temos um sistema tributário que tributa mais o consumo do que a renda, o que prejudica mais os trabalhadores do que a elite, e temos uma economia fechada, o que significa que privilegiamos a não concorrência. Isso é importante que seja organizado”, acrescentou.

Tecnologia 5G Maia afirmou que a politização sobre o 5G pode encarecer o gasto dessa nova tecnologia no Brasil. O País sofre pressão por parte do governo americano para que não use a tecnologia chinesa de telefonia móvel de quinta geração. Segundo Maia, se o Brasil abrir mão da concorrência com a participação dos chineses, vai atrasar a implementação dessa tecnologia.

“Espero que a gente deixe a política de fora e entenda a importância da concorrência para beneficiar o cidadão. Nesse caso, se não tiver a concorrência no produto mais barato, quem vai pagar a conta é a sociedade brasileira”, argumentou.

Papel da imprensa Rodrigo Maia foi questionado se a imprensa não estaria superdimensionando a crise política e institucional no País. Ele afirmou que os meios de comunicação cumprem o seu papel, sobretudo, ao informarem sobre o que chamou de “atos inaceitáveis de radicalização”, como as ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a parlamentares. Maia ressaltou que é preciso respeitar as ações do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. O presidente da Câmara reforçou mais uma vez a necessidade do diálogo entre as instituições.

“A imprensa cumpre o seu papel, e há uma radicalização de alguns. Não podemos esquecer que repórteres têm sido agredidos. Isso vem gerando uma sinalização muito ruim na mídia internacional e nos atores internacionais. Estamos discutindo democracia, isso é a pior coisa do mundo, pois, se há essa discussão, é porque há dúvidas sobre o nosso sistema democrático”, disse Rodrigo Maia.

Economia Segundo ele, o País ainda vai viver um período de pico de crise econômica mais profunda no segundo semestre. Ele defendeu que o Estado brasileiro continue organizando a área social e aja para garantir os financiamentos prometidos para as empresas. Maia lembrou que há setores que não foram beneficiados por políticas por parte do governo.

“No setor de aviação estamos vivendo uma tragédia, e a gente não consegue nem organizar uma linha de crédito para capital de giro para as companhias aéreas”, citou. “Se a gente for ao porto de Santos, vamos ver navios parados, sem ter o que fazer. Essa crise não será superada com conflitos e polêmicas, será superada com harmonia e diálogo”, sustentou o presidente da Câmara.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier Edição – Marcelo Oliveira

Por Agência Câmara de Notícias

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